Chita é um tecido de algodão de trama rudimentar, chamado de morim, produzido a partir de algodão de segunda linha. Suas principais características são as grandes estampas florais e as cores intensas, que servem não só para embelezar o tecido, mas também para disfarçar suas irregularidades. O nome deriva do sânscrito chitra, que significa matizado. Na velha língua religiosa da Índia o vocábulo passa a idéia metafórica de a pessoa chamar a atenção como a chita matizada, colorida. Do uso inicial quase exclusivo na confecção de toalhas de mesa, conquistou espaço em outros lugares da casa até ser utilizada na confecção de roupas e em revestimento de mobiliário de grife, caso da cadeira Mademoiselle, do designer Phillippe Starck.
Único ambiente fechado dessa residência de praia decorada pela arquiteta Gabriela Muller em parceria com a proprietária, cujo marido é um cinéfilo, o home theater capta e traduz o espírito do local - Arraial d'Ajuda, litoral da Bahia. O vermelho intenso da parede lateral que se conjuga à revestida de madeira de demolição cria o pano de fundo para colocar em evidência a alegria e a explosão de cores da chita (Junior e Miriam) empregada na forração das almofadas e do enorme pufe. Recortes de chita bordados estão aplicados também na boneca moldada na cabaça que adorna o móvel dos equipamentos de tevê, criando uma vistosa e feminina saia para a peça.
O quadro escultórico sobre o sofá (Oficina de Agosto) explora as cores e o tema padrão da chita - a flor - harmonizando-se com todas as peças. Também na varanda a chita marca presença no revestimento de almofadas e assentos dos convidativos sofás de fibra natural.
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